sábado, 22 de janeiro de 2011

Unicidade e diversidade

Uma questão que há certo tempo me faz pensar e refletir é especificamente esta: Se o ser humano apresenta tanta variação entre si, seja em vertentes externas, como cultura, aspectos físicos, linguagem, entre outras, seja em âmbitos internos, tais como mente, emoções e desejos, por que há, dentro do ensinamento cristão, ou melhor, de Jesus Cristo, linhas únicas e diretas que indicam a um caminho único ao ser que deseja ser feliz?

Aparentemente, essa questão é fácil de ser respondida, tendo em vista a origem comum de todo ser humano. Neste sentido, cada indivíduo, independentemente de suas características internas e externas, proveio da Natureza divina, e portanto, em essência é igual a todas as demais criaturas, e por isso a mensagem serve a todos. Todavia, ao aprofundarmos o raciocínio, perceberemos que há aqui um ponto chave a todos nós e que pode gerar dúvidas e distúrbios interpretativos.
Cada indivíduo apresenta um microcosmo único, seu, e por isso, tem impulsos e melhorias a realizar diferentes, ou melhor, únicas, uma vez que um microcosmo jamais é igual a outro, pois que de outro modo, Deus seria repetitivo em sua criação. Imaginemos, assim, bilhões de microcosmos distintos, pulsando em diferentes frequências e exigindo processos mil. Será que uma única mensagem pode abranger o momento de cada um desses seres, exatamente naquilo que lhes está impedindo o desenvolvimento?

A resposta é positiva. Mas a sua consequência nos leva a crer que cada microcosmo irá se desenvolver em seu próprio caminho, percorrendo a sua própria estrutura de ser, obedecendo, porém, a um mesmo princípio, a uma mesma mensagem. Ou seja, cada criatura divina jamais sofrerá dissolução de sua estrutura íntima por ser guiada pela mesma linha que todas as outras criaturas também serão. Assim, a mensagem do Cristo, em hipótese alguma, torna-nos indiferenciados; pelo contrário, ela fundamenta, molda e dá suporte ao desenvolvimento de nossas próprias características, existentes unicamente em nosso complexo foro individualizado. Caso assim não o fosse, o nosso futuro seria idêntico ao de todas as demais criaturas de caminho evolutivo, com o mesmo “cume” espiritual, o que logicamente contradiz a Grandeza Divina.

Por fim, em resumo, cada ser humano cresce de acordo com si mesmo e se tornará, em seus sucessivos períodos futuros, um ser cada vez mais individualizado, ou seja, mais único. Porém, para que isso ocorra, é essencial a assimilação de princípios gerais, válidos a todos, pois que são o fundamento de toda e qualquer obra individual e coletiva (assumindo-se que a obra coletiva é realizada por indivíduos dispostos a unir ideais).