quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O homem e o ambiente

Um pensamento que muito me intriga foi e ainda é fonte de muitas reflexões por diferentes profissionais e pensadores ao longo dos tempos: qual o nível de influência que o ambiente causa no modo como o homem age?

A princípio, muitos dirão, de acordo com distintas linhas filosóficas e sociais, que o ambiente molda, definitivamente, o caráter das pessoas que o compõe. Essa força ambiental estrutura, nesta linha, o modo como a pessoa se relaciona consigo mesma e com os outros, o modelo mental do qual se utiliza, além de gostos e cultura.

Quando analisamos apenas uma vida, faz muito sentido pensarmos desta forma em razão do esquecimento que temos de vivências passadas, uma vez que abrimos nossa mente e espírito para novas experiências, aqui existentes na Terra,o que de fato auxilia no aprendizado do encarnado. De modo mais amplo, por outro lado, sabendo que o espírito nasce simples e ignorante, como é que ele iria aprender a vivenciar suas potencialidades se o ambiente não o “construísse”? Pode-se deduzir, então, que, ao longo de inúmeras vidas, até certo ponto embrionárias, o homem seria um fruto do ambiente que o molda, nas diferentes atividades que realizou.

Mas penso que a partir de certo instante da vida evolutiva do espírito, de um momento que é aceso algo interno, o que desconheço, o espírito deixa de ser um produto do ambiente ao qual está inserido, e passa a agir de modo ativo, sendo o ambiente mero cenário de sua postura, como se direcionasse apenas o modo da postura, e não a própria postura. De outro modo, o espírito possuiria uma estrutura íntima suficientemente sólida para realizar qualquer coisa, dentro de qualquer ambiente. Com este pensamento, o homem, novamente a partir de certo nível, exerceria ao máximo o seu livre arbítrio, manifestando aquilo que realmente pensa e sente, independente de questões externas.

Em suma, parece-me que o homem necessita, a priori, do ambiente, uma vez que a potencialidade inicial de seu processo evolutivo somente se manifesta por estímulos externos. Todavia, quando armazena certa bagagem espiritual, o ambiente deixa de ser fator limitante, e o homem age por estímulos internos, conectados a sua essência.