sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Vadir J. C. Dias - A Voluntária do Amor - Parte I

Prezados,

É com grande felicidade que difundimos esta notícia. Tantos são os exemplos de vida e em nossa vida de atitudes egoístas, egóicas e vaidosas de nossa parte e da parte outrem, não?
Entretanto, sempre há luzes no Caminho, seres queridos vindos à Terra para mostrar uma forma diferente de ser, de se existir. Mostrando que a máxima "mais vale dar que receber" não é letra morta e carrega todo o significado quando sentida internamente.
Com essas palavras é que trago a vocês uma homenagem àquela que viveu na humildade, em trabalho ativo e perseverante em prol de nossos irmãos menos afortunados, trazendo sob égide o amor ao próximo, a união pelo trabalho com Jesus.
Vandir Dias, este era o seu nome, em sua última estada na Terra, a Voluntária do Amor, que trouxe tanto alento às famílias pobres de Campinas e tenha certeza que, mesmo em outras esferas de ação, ainda continua a fazê-lo.

Neste último domingo, ela, que já havia recebido o título de Dama da Caridade, em Campinas, recebe uma nova homenagem com uma nova "Nave Mãe" tendo sido batizada com seu nome. E, como não podia, particularmente, deixar de prestar minha homenagem pessoal, deixo em meu blog pessoal (Pétalas d'Aurora) e no blog do Núcleo Espírita Universitário da Unicamp, um texto e um vídeo (gravado pela EPTV - rede Globo local) sobre a história deste ser tão perseverante no trabalho em prol de nossos "pequeninos" do Movimento Assitencial Espírita Maria Rosa.
Pessoal, vale a pena ler/ver e difundir.

[Pétalas d'Aurora]  http://www.petalasdaurora.blogspot.com
[NEUUnicamp] http://www.neuunicamp.blogspot.com

Abaixo segue a compilação de uma carta da prefeitura de Campinas e de um Documento da mesma acerca da nova Nave Mãe construída no Parque Novo Mundo.

___Carta a André Luiz Dias (filho de Vandir)___

"Prezado Senhor:

Na qualidade de Prefeito Municipal de Campinas, tenho a imensa satisfação de convidar V. Sra. e seus familiares a participarem da solenidade de inauguração da Nave-mãe do bairro Parque Novo Mundo, em nossa cidade, a qual recebe o nome de sua genitora, a ilustríssima Senhora Vandir J. da Costa Dias, em justa homenagem que lhe presta o Município de Campinas pelo muito que ela dedicou à sua população carente. A inauguração se dará às 9 horas do dia 15 de agosto.
Para Dimensionar a honra que nos dá esta homenagem, esclareço que a Nave-mãe é uma creche pioneira, com capacidade para 500 crianças, dentro de um projeto arquitetônico e pedagógico revolucionário e inovador, com a qual Campins projeta para todo o Brasil novos parâmetros para a Educação Infantil. Com as Naves-mãe, oferecemos um sólido aprendizado a crianças carentes por meio da Pedagogia dos Sentidos, apreendendo elas, em tenra idade, noções de ciências, de matemática e de meio ambiente, preparando-as para um futuro promissor.
Desta forma, não há nome melhor, neste momento, que o da senhora Vandir J. Dias, em razão da dimensão e alcance de seu trabalho social, cujos resultados permanecem vivos na memória da população campineira.

Atenciosamente,

Dr. Hélio de Oliveira Santos
Prefeito Municipal de Campinas

Endereço da Nave-mãe Vandir J. Dias: Rua Tenente Moacyr Brilhante, s/n
Parque Novo Mundo - Região Noroeste de Campinas-SP

Endereço do Congresso Internacional de Pedagogia dos Sentidos:
Centro de Convivência Cultural de Campinas
Praça Imprensa Fluminense s/n - bairro Cambuí - Campinas-SP

Vandir Dias - A Voluntária do Amor

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As crianças deram conta de espalhar a notícia da mulher que distribuía sopa

E os amigos foram chegando cada vez em maior número naquele pedaço do bairro do Taquaral conhecido como Grameiro, local tomado por barracos de madeira cobertos de folhas de zinco, de onde escapuliam os freqüentadores da casa que se transformaria no Movimento Assistencial Espírita Maria Rosa, o MAE

A Sopa do Grameiro, preparada por Vandir Dias, a mulher da sopa, e pelos amigos, é conhecida até hoje pelo nome que lhe deu fama junto às crianças do bairro, 35 anos depois da fundação

Aquele Taquaral, que mais tarde ganharia elegância, era habitado por famílias pobres que se valiam da lagoa principalmente para lavar roupas

Alguns filhos dessas famílias um dia passaram pela casa de Vandir Dias, no Bairro Guanabara, pouco acima do Grameiro, à procura de comida

A dona da casa preparou uma sopa para as crianças

No dia seguinte, vieram outras e depois mais outras

E durante cinco anos, semanalmente, Vandir e voluntários cumpriram o ritual de servir a sopa para as crianças que os procuravam

Até que ela conseguiu recursos para erguer uma casa no local em que moravam as crianças, no Grameiro

Foi assim que surgiu o MAE Maria Rosa, a Sopa do Grameiro, em março de 1969, organização que chegou a servir 2 mil pratos por dia nos anos que se seguiram à sua fundação, segundo o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Carvalho Dias, viúvo de Vandir e vice-presidente da instituição

Expansão Aquela que foi a primeira sede do MAE, de acordo com Carlos Dias, ocupava três terrenos adquiridos pela entidade

No primeiro, logicamente, foi construído o galpão da sopa, além de sanitários, cozinha e despensa

O outro terreno abrigou o centro espírita e a casa do zelador

No terceiro, ficaram os ambulatórios médicos e odontológicos

A obra, diz o viúvo da fundadora, só seria concluída em 1973 com o aproveitamento de material de demolição de uma residência desapropriada pela Prefeitura para a construção da Via Expressa Aquidabã

No Grameiro, além da sopa, o Movimento Assistencial dava assistência médica e odontológica, reforço escolar, atendimento à gestante, noções de higiene para as crianças, doava enxovais, roupas, calçados e brinquedos

Em 1975, o Grameiro foi urbanizado e se transformou no Parque Taquaral

À medida que o Taquaral foi se tornando rico, aquelas famílias começaram a deixar o bairro e se mudaram, principalmente para a região às margens da rodovia D

Pedro I – bairros Santa Mônica, São Marcos, Amarais e Jardim Campineiro

Com as mudanças no Grameiro, o MAE organizou, de 1975 a 1978

a Caravana Batuíra, que distribuía 4 mil pães por sábado na região onde seus usuários estavam morando – o nome Batuíra, de acordo com o vice-presidente da entidade, era o apelido de um português que prestava assistência aos pobres em São Paulo no início do século passado

Novo endereço Mas aquela era a hora do MAE Maria Rosa também mudar de lugar, conta Carlos Dias

Quase dez anos depois da fundação, em agosto de 1978, o MAE se transferiu para o Jardim Campineiro, onde está até hoje

A antiga sede do Grameiro abriga hoje o centro espírita e algumas poucas oficinas do MAE, como os serviços de costura

A história de Vandir Justino da Costa Dias e dos trabalhos assistenciais que desenvolveu até o seu falecimento, em 17 de outubro de 1987, aos 54 anos, estão no livro Vandir Dias – Voluntária do Amor, escrito pela jornalista Vera Longuini

Desde que foi lançado, há um ano, o livro, com tiragem de 2 mil exemplares, já vendeu 1,6 mil unidades, e toda a renda foi revertida para o MAE Maria Rosa

‘Dama da Caridade’ é exemplo A imprensa campineira concedeu para Vandir Justino da Costa Dias o título de “A Dama da Caridade”, no final dos anos 80, pela sua dedicação às causas sociais

A Câmara Municipal de Campinas também a homenageou em uma placa de rua no Jardim Santa Terezinha (perto do Aeroporto de Viracopos)

Vandir nasceu em 27 de março de 1933 no arraial Chapada de Minas e morreu em Campinas, aos 54 anos de idade, em 17 de outubro de 1987

O trabalho iniciado por ela está ativo nas ações assistenciais promovidas pelo MAE Maria Rosa, mantenedor da Sopa do Grameiro e também em dezenas de outras entidades assistenciais criadas por seus voluntários

A mais recente entidade assistencial criada por um antigo colaborador de Vandir foi inaugurada em dezembro do ano passado em Jaguariúna e batizada de Entidade Assistencial Espírita Vandir Justino da Costa Dias

(CF/AAN) MAE Maria Rosa segue o caminho da pobreza Todos os dias, às 16h, o portão do Movimento Assistencial Espírita (MAE) Maria Rosa se abre para as crianças

É a hora da sopa, serviço que deu origem e fama à entidade, conhecida como Sopa do Grameiro

A sopa era oferecida primeiro no bairro do Taquaral, onde surgiu, em 1969, e depois passou a ser oferecida no Jardim Campineiro, para onde transferiu a maior parte de suas atividades, em 1978 – o nome Sopa do Grameiro é uma referência a uma região pobre do Parque Taquaral, hoje desaparecida, onde está instalada sua primeira unidade

No Jardim Campineiro são servidas diariamente as sopas para as famílias pobres dos bairros da região

Na unidade antiga, a principal oficina é a de confecção de roupas, que serve as 80 crianças cadastradas no Jardim Campineiro com roupas para o Inverno e para o Verão

E é a sopa a atividade que mais movimenta a casa, com 25 voluntários que se revezam nos dias da semana para atender às crianças

Outra atividade importante é a do leite, que envolve dois programas, um para 40 crianças, de seis meses a 2 anos, que recebem mensalmente quatro latas de leite em pó; e outro para 76 crianças, de seis meses a 6 anos, que recebem leite in natura diariamente

O programa do MAE Maria Rosa, segundo a assistente social Clair Moreira, se guia pelo Plantão Social, que determina a política de atuação da instituição – atendimento à população em situação de vulnerabilidade social

Entre as ações ali desenvolvidas, estão a assistência à gestante; geração de renda, com destaque à produção de pães; atendimento à terceira idade, e recreação infantil

Vandir Dias, a voluntária do amor A jornalista Vera Longuini resolveu escrever um livro sobre a vida de Vandir da Costa Dias, convencida pelo viúvo, Carlos Adalberto Carvalho Dias

Vandir, além de fundadora MAE, teve um desempenho importante na história das entidades assistenciais em Campinas

Para Carlos Dias, contar a vida de Vandir, cuja morte completa 17 anos neste mês, seria uma forma de incentivo para que outras pessoas se mirassem no exemplo desta mulher que passou grande parte da vida prestando assistência a crianças pobres de Campinas

Vera Longuini se debruçou então sobre a história de Vandir, que morreu em Campinas em 17 de outubro de 1987, vítima de câncer

“Talvez, no início, a idéia não fosse chegar a um livro como esse, de 200 páginas”, diz a jornalista

O livro, que demorou um ano para ser escrito, foi realizado a partir de pesquisas no MAE e de 40 entrevistas com voluntários da obra de Vandir Dias, conta

“O arquivo é muito rico em fotos, o que era raro na época”, comenta a autora

Além das fotos, Vera Longuini se valeu de documentos e recortes de jornal

“Aliás, muitas matérias são da jornalista Célia Siqueira Farjallat, que era repórter na época, além de amiga e grande colaboradora de Vandir”, diz

Célia Farjallat, cronista do Correio, foi a autora do prefácio do livro Vandir Dias – Voluntária do Amor, lançado no ano passado e com renda revertida para o MAE

“Não se pretende, em nenhum momento, santificar a imagem de Vandir da Costa Dias”, explica a jornalista

“O objetivo do livro é resgatar e difundir o exemplo de uma pessoa que soube aproveitar as oportunidades disponibilizadas pela vida para praticar o bem e dar exemplo do real sentido do que é responsabilidade social”, avalia

Para Vera Longuini, o livro, deve ser visto como uma grande reportagem, “uma reportagem para contar a história da Vandir, a história de uma pessoa comum que aproveitou as oportunidades que teve para ajudar os outros”

Para produzir a obra, Vera Longuini conta que Carlos Dias teve a idéia de vender vale-livros para arrecadar o dinheiro necessário para a impressão

“Assim, 400 voluntários, entre eles apenas quatro empresas, compraram um produto que não existia e garantiram a impressão inicial de 2 mil exemplares”, diz a jornalista

Até agora, já foram vendidos 1,6 mil volumes

Como não há editora ou livrarias no projeto, Vera Longuini explica que os exemplares são vendidos por voluntários e durante as palestras que são oferecidas às empresas sobre o tema responsabilidade social, além de serem oferecidos nos centros espíritas – os livros são vendidos em Campinas no MAE Maria Rosa, na banca Espírita do Largo do Rosário, no Centro da cidade, ou pelo telefone(19) 3236-9300

PERFIL Movimento Assistencial Espírita Maria Rosa – Sopa do Grameiro Fundação: 1969
HOMEPAGE: www.maemariarosa.org.br

Presidente: Ariel Padula Endereços: Rua Padre Manoel Bernardes, 1

200, Parque Taquaral, Campinas, SP

Telefone:(19) 3241-9777       Rua Vicente Palombo, 34, Jardim Campineiro, Campinas, SP

Telefone: (19) 3246-0894